29/04/2025 às 14h16

Lavar as mãos: um ato simples que salva vidas

Hmib promove evento para reforçar a importância da higiene das mãos e da segurança do paciente

Michele Horovits, da Agência Saúde-DF | Edição: Camila Rodrigues

A lavagem adequada das mãos é um gesto simples, barato e essencial para a prevenção de infecções. O evento interativo realizado nesta segunda-feira (28), no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), reforçou o compromisso com a segurança do paciente e a promoção de práticas sanitárias que salvam vidas.

A chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) do Hmib, Daniela Rabelo Nober, destacou a diferença que a higiene das mãos faz na segurança do paciente. "Apesar de sua importância ter ficado mais evidente durante a pandemia de covid-19, ainda é necessário reforçar constantemente essa prática nos ambientes de saúde. É uma atitude que deve envolver toda a equipe de saúde, os pacientes e seus acompanhantes. O cuidado é de todos”, concluiu.

A ação, organizada em alusão ao Dia Mundial de Higiene das Mãos, celebrado em 5 de maio, foi uma parceria entre o NQSP e o Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) da unidade e contou com atividades educativas para profissionais, acompanhantes e visitantes. Durante o dia, foram realizadas dinâmicas de perguntas e respostas em formato de bingo.

Segundo Felipe Teixeira, infectologista do hospital, “higienizar as mãos é um ato que une ciência e cuidado ao mesmo tempo. É um gesto simples para proteger o paciente, como um ato de carinho”. O médico reforça que a prática deve ser adotada também por visitantes em hospitais: “Quem vem de casa visitar um paciente deve higienizar as mãos e informar a equipe de saúde caso apresente sintomas de alguma doença. Isso também vale para o uso de máscaras em locais fechados como voos e salas de aula”.
 

Evento reforçou a conscientização sobre práticas seguras para a prevenção de infecções, em alusão ao Dia Mundial de Higiene das Mãos. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF 

Como lavar?

"Temos de higienizar a palma da mão, o dorso (parte externa), entre os dedos, inclusive o dedão. Até a ponta dos dedos, que talvez seja o que as pessoas mais esquecem e é onde mais suja, temos que esfregar", orienta o infectologista.

O processo total de higienização das mãos costuma durar até 30 segundos, mas não há uma regra de tempo exato. Para eliminar possíveis vírus ou bactérias, é importante lavar todos os lados das mãos.

Mais de dois séculos de mãos limpas

O reconhecimento da importância da higiene das mãos na prevenção de doenças infecciosas remonta ao século 19. Ignaz Semmelweis, médico húngaro, foi pioneiro ao estabelecer a obrigatoriedade da higienização das mãos com solução de cal clorado no Hospital Geral de Viena, reduzindo drasticamente a mortalidade materna por febre puerperal.

Seu trabalho abriu caminho para a chamada revolução sanitária, que foi impulsionada por cientistas como Louis Pasteur e Robert Koch, desenvolvedores da teoria dos germes. Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna, também desempenhou papel fundamental ao instituir a lavagem das mãos como prática obrigatória nos hospitais militares britânicos. Esses avanços contribuíram para a melhoria da expectativa de vida mundial, que saltou de cerca de 30 anos, no século 19, para 72 anos atualmente.
 

Profissionais de saúde e visitantes participaram de atividades educativas sobre a importância da higiene das mãos no Hmib. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF