Tuberculose
Características gerais da Tuberculose
A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (conhecida como Bacilo de Koch). Ela é transmitida por aerossóis, expelidos por meio da tosse, do espirro ou da fala de uma pessoa infectada com a forma pulmonar da doença.
Importante: somente pessoas com Tuberculose (TB) pulmonar ativa transmitem a doença. Outros objetos, como roupas, lençóis e copos, não têm papel importante na transmissão.
Período de transmissibilidade
A transmissão pode ocorrer enquanto a pessoa estiver eliminando bacilos.
Essa eliminação pode ser identificada no exame do teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB/GeneXpert) em diagnóstico de casos novos. No acompanhamento da pessoa durante o tratamento, deve ser acompanhado pela baciloscopia de escarro mensal.
Com o início do tratamento adequado, a capacidade de transmissão diminui gradativamente. Em geral, após 15 dias de tratamento, o risco de transmissão é baixo e na maioria dos casos, já não ocorre transmissibilidade nessa fase. Por isso a importância de realizar a baciloscopia de escarro de controle: para verificar a eficácia do esquema terapêutico e avaliar o risco para os contatos.
Suscetibilidade, imunidade e vulnerabilidade
A suscetibilidade à infecção é universal, no entanto a maioria das pessoas infectadas pela Mycobacterium tuberculosis não terão a doença. A infecção latente da Tuberculose (ILTB) pode ser identificada por teste tuberculínico ou IGRA. A probabilidade de desenvolver Tuberculose (TB) ativa depende de fatores como imunidade, proximidade e ventilação no ambiente.
Há maior risco de adoecimento em pessoas com comprometimento imunológico e doenças imunossupressoras, como:
- Pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência adquirida (PVHIV);
- Pessoas em tratamentos imunossupressores
- Menores de 2 anos de idade ou maiores de 60 anos de idade;
- Pessoas desnutridas.
O adoecimento por Tuberculose (TB) não confere imunidade contra novas infecções nem recidivas da doença. A vacina disponível, bacilo de Calmette-Guérin (BCG), não previne o adoecimento pela forma pulmonar, mas evita o desenvolvimento das formas mais graves da doença (Tuberculose miliar e meníngea), principalmente em menores de 5 anos de idade.
Sintomas da Tuberculose:
TUBERCULOSE PULMONAR:
- Tosse por 3 semanais ou mais;
- Febre vespertina;
- Sudorese noturna;
- Emagrecimento e cansaço
Importante: qualquer pessoa com sintomas respiratórios deve ser investigada para a Tuberculose (TB) por meio de exames bacteriológicos.
TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR
Os sintomas dependem dos órgãos e sistemas acometidos.
Algumas formas frequentes são:
- Pleural e/ou empiema pleural tuberculoso;
- Ganglionar periférica;
- Meningoencefálica;
- Miliar;
- Laríngea;
- Óssea;
- Renal; e
- Peritoneal.
Sua ocorrência aumenta em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHIV), especialmente entre aquelas com imunocomprometimento.
Importante: quando uma pessoa for diagnosticada com Tuberculose (TB) extrapulmonar, deve-se sempre investigar para TB pulmonar.
Diagnóstico da Tuberculose:
Da infecção Latente da Tuberculose (ILTB):
Prova tuberculínica (PT) ou a detecção de interferon-gama, por meio do IGRA.
Da Tuberculose (TB) ativa:
Por meio do diagnóstico clínico e exames laboratoriais, como TRM-TB (preferencialmente), baciloscopia e cultura. O diagnóstico clínico deve estar associado ao diagnóstico laboratorial ou de imagem.
A radiografia de tórax deve ser solicitada para toda pessoa com suspeita clínica de Tuberculose (TB) pulmonar. A principal função do exame radiológico é excluir outra doença pulmonar associada e avaliar a extensão do acometimento da Tuberculose (TB).
Outros exames:
O LF-LAM é um teste rápido para detecção do antígeno lipoarabinomanano (LAM), e está indicado para triagem da Tuberculose (TB) em PVHIV não internadas com CD4 <100 cél./mm3, ou internadas com CD4 <200 cél./mm3, independentemente de sintomas.
No DF, a Nota Informativa 9/2024 – SES/SVS/DIVEP/GEVIST (ver Materiais Informativos) orienta sobre o uso do LF-LAM nos serviços ambulatoriais e hospitalar.
Tratamento da Tuberculose
A Tuberculose (TB) tem tratamento com medicamentos específicos e é disponibilizado exclusivamente no Sistema Único de Saúde. O tratamento do esquema básico dura no mínimo 6 meses, com 2 meses de fase intensiva e 4 meses de fase de manutenção. Em casos especiais, como Tuberculose (TB) meningoencefálica, pode durar 12 meses. O tratamento da Tuberculose (TB) sensível deve ser realizado, preferencialmente na Atenção Primária à Saúde.
Esquemas de tratamento:
Adultos e adolescentes: Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida e Etambutol.
Crianças: Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida.
Importante: O tratamento da infecção latente é feito com esquemas diferenciados e deve ser iniciado após o descarte da tuberculose ativa
Alguns casos de Tuberculose (TB) podem precisar de um esquema especial de tratamento.
Saiba mais sobre medicamentos para tratamento da tuberculose aqui.
Prevenção da Tuberculose
Vacina BCG: previne formas graves da doença em crianças menores de 5 anos.
Tratamento da ILTB: Para prevenir a evolução para Tuberculose (TB) ativa, especialmente em pessoas com maior risco.
Vigilância epidemiológica da tuberculose
A vigilância envolve ações integradas para monitorar a situação da doença, identificar novos casos, acompanhar os tratamentos e avaliar os impactos das medidas de controle.
Notificação de casos: apenas os casos CONFIRMADOS de Tuberculose (TB) devem ser notificados no SINAN, com o preenchimento da Ficha de Notificação/Investigação e devem ser acompanhados até o fim do tratamento. Se eventualmente houver mudança de esquema para o tratamento especial, a ficha é encerrada no SINAN e a pessoa é notificada no SITE-TB, sistema para acompanhamento dos esquemas especiais.
Notificação da ILTB: é feita no Sistema IL-TB, do Ministério da Saúde. Recomenda-se que todas as pessoas em tratamento da infecção latente devem ser notificadas nesse sistema.
Monitoramento de contatos: Identificar precocemente os indivíduos com Tuberculose (TB) para oportunizar tratamento, ou em outros casos para realizar o tratamento preventivo. Devem ser priorizados: todas as pessoas com sintomas sugestivos de Tuberculose (TB), crianças menores de 5 anos, PVHIV, pessoas com imunocomprometimento.
Acompanhamento: Acompanhamento dos casos em tratamento, garantindo a adesão ao regime terapêutico e evitando o desenvolvimento de resistência medicamentosa.
Ficha de Notificação Compulsória de Tuberculose
Ficha de Acompanhamento de Tuberculose
Instrucional de preenchimento da ficha de notificação/investigação
BOLETINS EPIDEMIOLÓGICOS
Veja aqui os boletins epidemiológicos da Tuberculose.
MATERIAIS INFORMATIVOS SOBRE TB
Cartilha para o Agente Comunitário de Saúde: tuberculose
Cartilha tratamento preventivo da tuberculose
Fluxo de Solicitação e Diagnóstico Laboratorial para TB no DF
Manual De Recomendações Para O Controle Da Tuberculose No Brasil, 2ª Edição Atualizada
Nota Informativa 9/2024 – SES/SVS/DIVEP/GEVIST: Atualização das orientações para a utilização do teste rápido LF-LAM para diagnóstico de tuberculose em pessoas vivendo com HIV/aids em tratamento nos serviços de assistência especializada ambulatorial e hospitalar da Rede SES-DF.
Nota Técnica N.º 2/2023 - SES/SVS/DIVEP/GVDT: Fluxo de encaminhamento dos pacientes para coleta de sangue para realização do IGRA nos laboratórios específicos da rede de saúde Memorando
Circular 8/2025 – SES/SVS/DIVEP/GEVIST: Orienta sobre a transferência de pessoas com TB e ILTB dentro do DF, entre UFs e entre países
Protocolo de vigilância da ILTB no Brasil
Tuberculose na atenção primária: protocolo de enfermagem de 2022
SAIBA MAIS EM
Saúde de A a Z: Tuberculose
CONTATOS:
Área técnica: Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis
E-mail: tuberculose.gevist@saude.df.gov.br