Leishmaniose Visceral
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença crônica e sistêmica, causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida através da picada de fêmeas infectadas do inseto vetor, denominado flebotomíneos e conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Quando não tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
Modo de transmissão:
Ocorre através da picada do flebotomíneo fêmea em hospedeiro infectado, que depois pica o homem, durante o repasto sanguíneo, inoculando a Leishmania sp. Na área urbana, o cão (Canis familiaris) é a principal fonte de infecção (hospedeiro). A enzootia canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente que no homem. No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas e os marsupiais.
Período de incubação:
É bastante variável, tanto para o humano como para o cão. No humano varia de 10 dias a 24 meses com média entre dois a seis meses. Já no cão pode variar de três meses a vários anos com média de três a sete meses.
Sinais e sintomas:
As manifestações clínicas da leishmaniose visceral evoluem progressivamente quando não diagnosticada e tradada oportunamente. A evolução clínica pode ser dividida em períodos: período inicial, período de estado e período final.
- Período inicial: também conhecida como fase aguda, apresenta febre, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia, podendo apresentar tosse e diarreia.
- Período de estado: se não diagnosticada e tratada na fase inicial, o caso pode evoluir com febre irregular, geralmente associada a emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento da hepatoesplenomegalia, associado ao comprometimento do estado geral.
- Período final: A doença não tratada evolui progressivamente com febre contínua e comprometimento intenso do estado geral. Podem apresentar manifestações como desnutrição, edema de membros inferiores, hemorragias, icterícia e ascite.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado através do teste imunocromatográfico rápido para o diagnóstico da Leishmaniose Visceral Humana (TR-LVH), disponível em Unidades de Saúde do Distrito Federal e também no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Pacientes imunossuprimidos e crianças menores de 3 anos podem apresentar resultados falso-negativos nos testes imunocromatográficos, logo devem ser submetidos a outras estratégias de investigação diante da suspeita clínica, com realização de exames parasitológicos diretos ou teste molecular.
O Teste Rápido para diagnóstico de HIV (TR/HIV) deve ser ofertado para todos os casos suspeitos de LVH.
Tratamento
Os medicamentos disponíveis para o tratamento da leishmaniose são:
- Anfotericina B lipossomal
- Antimoniato de Meglumina
Os medicamentos são dispensados pela Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília – HUB.
Notificação compulsória
A leishmaniose visceral é uma doença de notificação compulsória, onde todos os casos que atendam a definição de CASO SUSPEITO, devem ser notificados e informado Gerência de Vigilância de Doenças Transmissíveis (GVDT) e ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).
Considera-se caso suspeito de leishmaniose visceral:
Todo indivíduo proveniente de área com ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia ou todo indivíduo de área sem ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia, desde que descartados os diagnósticos diferenciais mais frequentes na região.
Fonte: Ministério da Saúde
SAIBA MAIS:
Guia de Vigilância em saúde – Volume 2
Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral
Acesse aqui mais informações sobre a leishmaniose visceral.
Informativos Epidemiológicos – Leishmanioses
1) Informativo Epidemiológico das Leishmanioses 2023 (Aguardando correção)
2) Situação Epidemiológica da Leishmaniose Visceral no Distrito Federal, série histórica 2014 a 2023
3) Situação Epidemiológica da Leishmaniose Tegumentar no Distrito Federal, série histórica 2014 a 2023