Acordo beneficia catadores de recicláveis da Estrutural
Acordo beneficia catadores de recicláveis da Estrutural
Secretário Humberto Fonseca garantiu continuidade do projeto. Foto: Mariana Raphael/Saúde-DFTEXTO: Leandro Cipriano, da Agência Saúde

PESQUISA - Ao todo, 1.083 catadores foram entrevistados, por meio de um questionário com cerca de 200 perguntas, para conhecimento da situação de saúde de cada um deles. O atendimento aos catadores ocorreu de 5 de junho a 30 de outubro de 2017, na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Estrutural. A maioria deles fez coleta de sangue para análise bioquímica de 11 itens (hemograma, lipidograma, glicose, ácido úrico, creatinina, transaminases); sorologias (hepatites A/B/C, HIV e sífilis) e procedimentos como a medição antropométrica (peso e altura), e a aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca. A pesquisa faz parte de um total de 11 projetos para a desativação do antigo lixão da Estrutural, fechado em 20 de janeiro deste ano, além da melhoria na qualidade de vida dos profissionais que trabalharam lá durante anos. Segundo a coordenadora do programa Pare, Pense e Descarte, da UnB, Carla Pintas, o maior objetivo da pesquisa é dar um retorno para a sociedade, de forma a contribuir com as políticas públicas de saúde para os catadores. “Essa pesquisa é inédita no mundo. Ela é a única com um estudo desse nível e com esse impacto”, afirmou. PERFIL – Com os dados coletados na pesquisa e apresentados no evento, foi possível traçar o perfil dos catadores de material reciclável que atuavam no antigo lixão da Estrutural. Os dados revelaram que: - 67% afirmaram já ter sofrido acidente no local de trabalho; - 67% dos entrevistados são do sexo feminino; - 57,6% têm idade entre 31 e 50 anos; - 87,6% se autodeclararam pretos ou pardos; - 80% têm até ensino fundamental completo; - 61,6% são solteiros; - 75,4% exercem a função há mais de seis anos; - 20% deles atuam há mais de 16 anos na atividade. Dos exames feitos para doenças infecciosas, o estudo indicou: - 80,3% dos entrevistados fizeram exames para HIV; - 71,8% para sífilis; - 87,3% para hepatite viral tipo A; - 87,9% para hepatite viral tipo B; - 87,2% para hepatite viral tipo C.