10/09/2025 às 08h15

Capacitação reforça combate à tuberculose no DF

Oficina reúne profissionais de saúde para qualificar assistência e ampliar o controle da doença

Karinne Viana, da Agência Saúde DF | Edição: Willian Cavalcanti

Enfermeiros, farmacêuticos, médicos e demais servidores da Secretaria de Saúde (SES-DF) que atuam na assistência direta às pessoas com tuberculose participam, nesta terça (9) e quarta-feira (10), da Oficina para Capacitação no Manejo de Tuberculose em Adultos. O objetivo é fortalecer as ações de controle da tuberculose, fornecendo o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado na população.

 

Oficina é voltada para servidores da SES-DF que atuam na assistência direta às pessoas com tuberculose. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF


Promovida pela Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES-DF, a oficina contou com a presença de especialistas da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM) do Ministério da Saúde.

Segundo a gerente da Gevist, Beatriz Maciel, a tuberculose ainda é um desafio no DF. “Nos últimos cinco anos registramos, aproximadamente, 1.594 novos casos. A taxa de cura está em torno de 53% e o abandono chega a 14%. Estamos intensificando o monitoramento, organizando fluxos para populações mais vulneráveis, como a do sistema prisional, e construindo a linha de cuidado para a doença. Esta capacitação é um passo importante para fortalecer a rede e melhorar os indicadores”, ressaltou.
 

“Estamos intensificando o monitoramento, organizando fluxos para populações mais vulneráveis, como a do sistema prisional, e construindo a linha de cuidado para a doença”, afirmou a gerente da Gevist, Beatriz Maciel. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF

Entre os temas da oficina estão o panorama epidemiológico da tuberculose no DF, prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. A consultora técnica da CGTM e uma das ministradoras da capacitação, Gisela Unis, lembrou que a tuberculose ainda é uma das doenças infecciosas mais letais do país. “O Brasil registra 90 mil casos de tuberculose por ano e cerca de seis mil pessoas morrem em decorrência da doença. O tratamento é eficaz e a cura é possível, mas o diagnóstico precoce e o cuidado adequado são fundamentais”, afirmou.

Doença

A tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (conhecida como Bacilo de Koch) e transmitida por gotículas expelidas na tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas. Os principais sintomas incluem tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa, suor noturno, cansaço, falta de apetite e perda de peso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, cerca de 10,8 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose no mundo e 1,25 milhão morreram devido à doença, sendo considerada a principal causa de morte por agentes infecciosos, superando a covid-19.

Além da exposição ao bacilo e das condições imunológicas, o adoecimento está ligado a fatores socioeconômicos. Pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, indígenas, imigrantes, pessoas vivendo com HIV ou aids e profissionais de saúde são mais vulneráveis em comparação à população geral.
 

Oficina abordou o panorama epidemiológico da tuberculose no DF, prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF

Atendimento

No DF, todas as 181 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) oferecem diagnóstico e tratamento gratuitos. A recomendação é procurar atendimento caso a tosse ultrapasse três semanas. Para encontrar a sua UBS de referência, clique aqui e busque pelo seu CEP