04/07/2016 às 17h25

Clínica de Saúde da Família em Samambaia é modelo para toda a rede

Com sete equipes de saúde da família, unidade está mais próxima do que a Secretaria pretende adotar dentro do Brasília Saudável

BRASÍLIA (4/7/16) – Seja com hora marcada ou por um problema agudo de saúde, o atendimento na Clínica de Saúde da Família nº4, em Samambaia Sul, é sem demora. Seis médicos de família, três dentistas, além de enfermeiros e técnicos de enfermagem, atendem, diariamente, cerca de 400 pessoas, moradoras de quadras próximas a QS 302, onde a unidade está instalada.

Esses mesmos profissionais, somados a agentes comunitários de saúde, formam equipes de saúde da família. Eles fazem visitas semanais a grupos de pessoas e o acompanhamento daqueles pacientes com problemas como hipertensão e diabetes. Na Clínica de Saúde da Família 4, um total de sete equipes se dividem no trabalho.

É esse o modelo que a Secretaria de Saúde pretende implantar em todo o Distrito Federal, migrando o modelo tradicional de atendimento oferecido nos centros de saúde, onde há médicos especialistas, para unidades compostas por equipes de saúde da família. "Estudos apontam que a resolutividade das equipes de saúde da família chega a 80%", aponta Marcos Quito, coordenador de Atenção Primária à Saúde, ressaltando que, com isso, diminui a demanda nas emergências dos hospitais.

Luciana Resende conhece bem a resolutividade desse atendimento. Com o filho Miguel, 2 anos, tossindo e com febre, em vez de correr para a emergência do hospital, procurou a Clínica de Saúde da Família 4, onde o pequeno já faz acompanhamento médico e também com um dentista. "Trago ele aqui desde bebezinho e sempre consigo atendimento rápido e que resolve o problema", frisa.

RESOLUTIVIDADE - Segundo o coordenador, a abordagem de saúde pública por meio de equipes de saúde da família é mais efetiva por que ela conhece o perfil da comunidade e pode fazer um melhor planejamento para aquela região.

Para Thaís Leite, médica de família de Samambaia, fazer este acompanhamento tem impacto positivo, principalmente, nos casos de doenças crônicas. "São doenças que apresentam sintomas, mas podem demorar a ter um diagnóstico, porque demanda muitas consultas e exames. Mas, com acompanhamento próximo à comunidade, esse diagnóstico é mais rápido e o acompanhamento é de perto", destaca.

Usuária de uma das clínicas da família de Samambaia, a gestante Joselita da Silva está fazendo todo o pré-natal na unidade. "É mais perto da minha casa, todas as consultas são agendadas e sou sempre atendida na hora certa. E se eu tiver qualquer problema, posso vir aqui a qualquer hora", conta.

Atualmente, o DF conta com 239 equipes de saúde da família e a intenção da pasta é que esse número passe para 485 até o final de 2018. Do total existente hoje, a maioria delas está em Samambaia (43 equipes), onde também estão quatro das nove clínicas da família de todo o Distrito Federal. Outras duas unidades estão no Recanto das Emas, duas em Sobradinho e uma no Areal.

COBERTURA – A cobertura de atenção primária do DF ainda é baixa: apenas 30%. Segundo o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, a meta é aumentar para 60% até o final de 2018.

Atualmente, Riacho Fundo I e II, Samambaia e Gama são as regiões com maior cobertura de atenção primária, representando, respectivamente, 74%, 72% e 51%. "Samambaia se destaca, porém, por ter o maior número de clínicas da família e de equipes de saúde da família", frisa Marcos Quito. A região, em breve, receberá uma nova clínica, já em construção, próxima ao Hospital Regional de Samambaia.

Segundo Quito, dentro do projeto Brasília Saudável, o fortalecimento da atenção primária será feito em todo o DF, com abordagens diferentes. "Em Samambaia, por exemplo, onde a cobertura já é grande, vamos iniciar os trabalhos com a qualificação demais equipes. Já em Ceilândia, onde há baixa cobertura, o projeto prevê expansão", explica.

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