Estudo da Saúde mostra perfil de pacientes com câncer bucal
Estudo da Saúde mostra perfil de pacientes com câncer bucal

Pelo menos 53 pacientes de 130 morreram em função da doença entre 2009 e 2015
BRASÍLIA (4/1/16) – A população deve ficar alerta aos sinais do câncer de boca. No Distrito Federal, o Setor de Estomatologia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), ligado à Gerência de Odontologia da Secretaria de Saúde, realizou uma análise de casos entre 2009 a 2015. Durante o período, 130 pacientes diagnosticados com a doença passaram pelo setor e pelo menos 53 deles foram a óbito, ou seja, 40,8%.
Os registros também mostram que 73,1% das pessoas afetadas são do sexo masculino e 26,9% do sexo feminino. Em uma análise por cor de pele, 46% dos pacientes são pardos, 32% brancos e o restante de outras variações. Além disso, entre as regiões que mais originaram casos foram Ceilândia (13), Samambaia (11), Gama (9), Aguas Lindas do Goiás (8) e Recanto das Emas (7).
O estomatologista da Secretaria de Saúde, Eliziário Cesar, lembra que o alto número de mortes se deve, principalmente, a demora dos pacientes em perceberem que desenvolveram o câncer bucal. Por isso, o ideal é ficar atento aos sinais da doença, principalmente, feridas na boca que não cicatrizam em duas ou três semanas.
Também é necessário ficar atento a ulcerações superficiais ou indolores que podem sangrar ou não, e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Para quem desenvolve a doença e está em estágio avançado pode haver dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado e dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço).
O médico enfatiza que o ideal é fazer o tratamento o mais cedo possível, porque as sequelas físicas e emocionais são muitos grandes para os pacientes.
"Em casos mais simples, pode haver uma pequena remoção de tumor na boca. Já em casos avançados, o tratamento é muito doloroso e pode comprometer uma área maior da boca, trazendo consequências mais sérias, como ter que fazer radioterapia e quimioterapia, além de ficar internado por longos períodos", aponta o médico.
DOENÇA – Segundo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença atinge cerca de 15 mil brasileiros por ano. O câncer de boca pode afetar os lábios e o interior da cavidade oral, que inclui gengivas, mucosa jugal (bochechas) palato duro (céu da boca) e língua (principalmente as bordas), bem como o assoalho (região embaixo da língua).
FATORES DE RISCO – As principais causas do câncer bucal são o uso de cigarro, bebida alcóolica (principalmente destiladas), irradiação solar, vírus papilomavírus humano (HPV), além de fatores coadjuvantes, como próteses mal adaptadas, má higiene bucal e dentes quebrados que traumatizam a mucosa bucal.
"A recomendação para as pessoas é que elas atuem preventivamente, realizando a manutenção de higiene bucal, com consultas periódicas no dentista e higiene bucal diária, alimentação adequada, rica em fibras, frutas e verduras, evitar hábitos nocivos à saúde como cigarro, bebida e exposição solar sem proteção", finalizou.
TRATAMENTO - Os tratamentos clínicos e cirúrgicos são oferecidos em diversos hospitais da rede pública hospitalar no Distrito Federal, com destaque para o Setor de Estomatologia do HRAN e para a unidade de cirurgia de cabeça e pescoço do HBDF, que também faz atendimento complementar de oncologia. O primeiro passo é procurar um dentista nas unidades de atenção básica do Distrito Federal, que irá avaliar o problema e orientar sobre o tratamento adequado.