15/09/2025 às 10h33

Profissionais de saúde passam por capacitação para identificar sinais da sepse pediátrica

Condição é grave e exige ação rápida de profissionais de diversas especialidades

Yuri Freitas, da Agência Saúde DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan

Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) realizou oficina de capacitação para a identificação precoce da sepse pediátrica, com o tema: “Reconhecer para Agir”. O encontro – realizado por equipe do Hmib com apoio da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF) – ocorreu em comemoração ao Dia Mundial da Sepse, celebrado em 13 de setembro, e reforça a importância da intervenção imediata em pacientes com essa condição clínica, especialmente em crianças.
 

Oficina capacitou profissionais de diversas áreas da saúde para a identificação precoce da sepse pediátrica, chamado popularmente de “infecção generalizada”. Foto: Yuri Freitas / Agência Saúde DF


O choque séptico, chamado popularmente de “infecção generalizada”, é uma resposta inflamatória grave do organismo a uma infecção. Quando não tratada de forma rápida, pode evoluir para a falência de múltiplos órgãos e levar à morte. De acordo com dados internacionais publicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a sepse é responsável por 48,9 milhões de casos e 11 milhões de mortes por ano, o que representa cerca de 20% de todas as mortes no mundo.

Participaram presencialmente da capacitação 52 profissionais da Secretaria de Saúde (SES-DF), dentre residentes e médicos pediatras, fisioterapeutas, enfermeiros e farmacêuticos da rede. O evento foi dividido em três momentos, com apresentação teórica, estudo de caso e simulação de ocorrência. A apresentação dos palestrantes ainda foi gravada e disponibilizada virtualmente aos inscritos que não puderam comparecer.

A chefe do setor de pediatria do Hmib, Aline Islabão, ressalta a importância de profissionais de diferentes áreas compartilharem suas experiências. “A participação de todos é fundamental para um melhor atendimento em equipe, com melhor comunicação e menor risco de erros assistenciais. Especificamente no caso da sepse, uma condição grave e com alta mortalidade, o diagnóstico é obrigação de qualquer profissional de saúde”, alerta.
 

“As crianças são um grupo de risco para a ocorrência da sepse. Sabemos que, dentro dessa faixa etária, há uma mortalidade de até 20%”, enfatiza a chefe do setor de pediatria do Hmib, Aline Islabão. Foto: Yuri Freitas / Agência Saúde DF


Sepse infantil

O choque séptico é ainda mais preocupante em crianças menores de cinco anos – cerca de metade dos casos acontecem em indivíduos nessa faixa etária. De acordo com documento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os dados mais recentes apontam que, em todo o mundo, 25 milhões de crianças foram acometidas pela sepse e 3 milhões tiveram o quadro evoluindo a óbito apenas no ano de 2017. Aline Islabão reforça que “as crianças são um grupo de risco para a ocorrência da sepse. Sabemos que, dentro dessa faixa etária, há uma mortalidade de até 20%”, explica.

Diante desse cenário, o reconhecimento rápido dos sinais da sepse pelos profissionais de saúde pode salvar vidas. Os primeiros cuidados devem ser iniciados ainda na primeira hora após a suspeita de infecção, período conhecido como “hora de ouro”. O tratamento geralmente exige internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), com administração de antibióticos. Em situações graves, pode ser necessário o uso de suporte avançado, como ventilação mecânica e hemodiálise.
 

Participaram residentes, médicos pediatras, fisioterapeutas, enfermeiros e farmacêuticos da rede da SES-DF. Foto: Yuri Freitas / Agência Saúde DF