27/02/2025 às 07h51

Saúde adota estratégia complementar para combate à dengue

Novo inseticida adotado pela Vigilância Ambiental tem eficácia mais prolongada, podendo ser utilizado dentro das residências

Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan

Como uma estratégia complementar de combate ao Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya – a Secretaria de Saúde (SES-DF) começou a utilizar um novo inseticida. O BRI-Aedes possui maior potencial de eficácia após a aplicação e pode ser utilizado dentro das residências.

Nesta quarta-feira (26), a equipe de Vigilância Ambiental do Paranoá e Itapoã realizou a aplicação do insumo em moradias da região. A casa da empresária Juliana Cardozo, 37, foi protegida com o novo inseticida.

A aplicação veio após sua filha, Maria Eduarda Cardozo, 13, ter sido diagnosticada – na semana passada – com dengue do tipo 3. “Ela ficou empolada, apresentou febre alta, coceira pelo corpo e tornou-se apática", conta a empresária. "Diante disso, a equipe me explicou que a conduta de combate mais incisiva foi necessária por conta do tipo mais agressivo da doença."
 

Inseticida foi aplicado na residência de Juliana Souza Cardozo, 37, após a filha ser diagnosticada com dengue do tipo 3. Foto: Jhonatan cantarelle/Agência Saúde-DF

Por conta do crescimento de casos na região, os agentes de Vigilância Ambiental (Avas) da SES-DF precisaram ir três vezes na residência de Juliana para borrifar inseticida. Na última, utilizaram o BRI-Aedes –substância é aplicada apenas uma vez e possui eficácia de 90 dias.

Como funciona

Durante a aplicação, os moradores precisam cobrir os móveis e aguardar uma hora – após o procedimento – para ingressarem novamente na residência. O BRI-Aedes é capaz de eliminar os mosquitos adultos que pousam nas superfícies onde foi aplicado o inseticida e repelir a entrada de outros.

A estratégia é usada de forma complementar, sendo que o trabalho de rotina principal dos Avas – eliminação de possíveis criadouros, como recipientes que acumulam água (pneus, garrafas, vasos de plantas, piscinas sem uso, entre outros), monitoramento e orientações de prevenção durante as visitas – também é de grande relevância para o combate à dengue e outras doenças causadas pelo mosquito.

"O novo inseticida busca reduzir o contato entre vetor e humano, criando uma barreira química dentro das casas. Isso mantém um controle efetivo por um período prolongado", explica a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental (Nuval) do Paranoá/Itapoã, Zeneide Alves Duarte.
 

BRI-Aedes é um inseticida que se destaca pelo potencial de se manter ativo por mais tempo nas superfícies. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Critérios para aplicação

Do ponto de vista epidemiológico, são priorizados os locais com histórico recente e ou persistente de casos de arboviroses, alta concentração de população vulnerável e áreas com elevado risco de transmissão.

Já do ponto de vista entomológico (estudo de insetos), são levados em consideração a presença de criadouros ativos, elevados índices de infestação predial e locais que favorecem a manutenção ou proliferação de vetores, como depósitos fixos de água e imóveis de difícil acesso.

Ação conjunta

A Secretaria de Saúde reforça a importância do trabalho conjunto com a população para evitar os criadouros do Aedes aegypti e doenças transmitidas pelo mosquito.

Evite o acúmulo de água em pneus, latas, vasos de plantas e garrafas vazias, limpe regularmente a caixa d'água e a mantenha fechada, verifique as calhas, retirando folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr por elas, tampe os ralos e verifique se existe larvas do mosquito transmissor em sua residência.

A estratégia da Secretaria de Saúde é usada de forma complementar às ações de rotina dos Agentes de Vigilância Ambiental. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF