Saúde debate tomada de decisão baseada em dados
Saúde debate tomada de decisão baseada em dados
Minicurso “Fundamentos de Análise Estratégica de Dados em Saúde” tratou da importância de utilizar informações fundamentadas em evidências. Exemplo é o portal InfoSaúde
Jurana Lopes, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
Nesta segunda-feira (27), os profissionais da área de planejamento em saúde tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em “Fundamentos de Análise Estratégica de Dados em Saúde”. Os participantes debateram a tomada de decisão a partir do uso de informações fundamentadas em evidências, cujo exemplo citado foi o portal InfoSaúde. O minicurso ocorreu na 6ª edição da Feira de Soluções para a Saúde, realizada pela Secretaria de Saúde (SES-DF) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília. Com o tema “Transformação Digital na Saúde”, o evento vai até quarta (29).

O InfoSaúde é uma ferramenta criada e lançada no início da pandemia pela SES-DF. No portal é possível encontrar painéis com informações sobre as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), horários de picos de atendimento nas emergências. Além disso, o espaço virtual mantém todas as informações da Sala de Situação em uma área voltada apenas aos gestores da saúde, com dados que auxiliam nas tomadas de decisões estratégicas.
Responsável por ministrar o curso, o estatístico da Fiocruz Brasília Eduardo Barbosa destacou que os dados devem ser relevantes, dependem da construção humana e envolvem várias áreas da gestão até que sejam repassados ao cidadão. “A função é oferecer uma resposta, mas os dados precisam ser baseados em evidências, pois só por meio delas é possível entender o problema e tomar uma decisão”, explicou. É necessário, segundo ele, realizar análises e avaliações, utilizar indicadores e reestruturar as informações pensando no bem-estar da população. “Para isso, devemos entender contextos sociais e lidar com a realidade de cada cidade ou unidades de saúde”, complementou.
O minicurso também discutiu ideias como transformação digital e implementação e análise de políticas públicas pensadas no contexto social. De acordo com o sociólogo da Fiocruz Brasília Jeferson Martins de Castro, é preciso avaliar dados e políticas públicas considerando percepções e comportamentos dos agentes. “A saúde coletiva propõe uma discussão interessante, mas ainda precisa ter uma quebra de paradigmas, para que a área seja pensada no todo. Precisamos contextualizar como se dão as coisas, como socialmente são construídos os fatos, como se dá a realidade de um adoecimento, como é o processo de doença naquele contexto, naquela cidade, naquele indivíduo. É mostrar que necessidade de saúde vai além de necessidade de serviço de saúde”, destacou.

Conhecimento
Na plateia estava Luana Mara Gomes, servidora da Assessoria de Planejamento da Região de Saúde Norte da SES-DF. Ela apontou que o minicurso contribui diretamente com o novo modelo que está sendo implantado na pasta - uma estratégia que considera decisões baseadas em evidências, planejamento, dados e realidades epidemiológicas do DF. “Cada região tem sua especificidade. Portanto, devemos ter ferramentas para trabalhar com essas diferenças e oferecer uma saúde pública cada vez mais alinhada e acessível à população.”
Foco em inovação
A 6ª edição da Feira de Soluções para a Saúde é promovida pela SES-DF e pela Fiocruz Brasília, com patrocínio da FAP-DF. Até quarta-feira (29), o evento reúne especialistas e entusiastas da área de saúde para promover parcerias institucionais de ciência, tecnologia e inovação.
A oportunidade auxilia na identificação de atores e tecnologias regionais, estimulando a aplicação do conhecimento científico na busca de soluções a desafios em saúde no âmbito do DF.