21/12/2018 às 11h20

Ambulatório de bomba de insulina do HRT completa 10 anos

Hidelgart faz parte do primeiro grupo de pacientes do ambulatório - Foto: Divulgação/Saúde-DFLeandro Cipriano, da Agência Saúde Fotos: Gerson Lucas/Arquivo-SES

AVANÇOS – Para a responsável técnica ambulatorial (RTA) da Unidade de Endocrinologia do HRT, Thais Lauand, o serviço é um avanço no tratamento do paciente diabético. “Esse ambulatório é pioneiro. O único do SUS que faz esse tipo de atendimento e é protocolado para isso”, comenta Lauand.   “Desde 2016, registramos anualmente, em média, três crianças menores de três anos com descompensação diabética. Essas são as que mais se beneficiam com a bomba de insulina, pois recebem doses mínimas e fracionadas do hormônio, o que melhora o controle glicêmico e diminui o risco de hipoglicemia grave”, avalia Roberta Faleiros, endocrinologista pediatra do ambulatório.   JUDICIALIZAÇÕES – Leonardo Garcia Miranda, médico endocrinologista do ambulatório, explica que antes da criação da unidade as pessoas entravam com ações judiciais para conseguir uma bomba de infusão de insulina, o que gerava muitos gastos para a Secretaria de Saúde. Com o ambulatório, foi possível reduzir as judicializações, diminuir os gastos e oferecer tratamento a pacientes que realmente precisam desse serviço.   “Na época, muitos pacientes não tinham indicação para usar a bomba de acordo com o protocolo da Secretaria de Saúde. Com o ambulatório, passamos a não tem mais tantas medidas judiciais, e os pacientes que utilizam realmente precisam desse serviço. Além disso, o trabalho pioneiro de lá apresentou o HRT à comunidade científica”, conta o médico.   Uma das que esteve à frente da criação do ambulatório foi a médica Hermelinda Pedrosa, que hoje é presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e Coordenadora Científica do Polo de Pesquisa do HRT. “Idealizamos justamente para reduzir os gastos na Justiça e atender quem precisa. Conseguimos reduzir 34% das medidas judicias na época. Enquanto isso, o Brasil inteiro continua com pacientes entrando na Justiça, e aqui está tudo protocolado”, disse.   HISTÓRICO – Em 2008, a Coordenação de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, após cumprir inúmeros mandados judiciais de instalação do SIC, verificou que a maioria dos casos não preenchia os critérios clínicos para sua utilização.   Na época, a coordenação realizou estudo em um grupo de 15 pacientes e constatou que um terço deles não estava habilitado e as indicações eram inadequadas. Desde então, os profissionais continuaram com as pesquisas para instituição do protocolo de atendimento do SIC.   Entre 2009 a 2012, os profissionais, após realizarem avaliação clínica nos pacientes encaminhados, verificaram que o percentual de exclusão era de 25% dos casos. Ou seja, um em cada quatro pacientes não atendia aos critérios básicos, no que representava correta indicação clínica na utilização do SIC. Dessa forma, com a correta análise, para atender justamente aqueles que mais precisavam, significou uma economia para o Estado.