19/06/2023 às 11h18

CAPSi Asa Norte promove atividades de prevenção às drogas em escolas

Por meio de um jogo de perguntas e respostas, profissionais se aproximam de adolescentes para discutir também sobre saúde mental. Ação aconteceu na última quinta-feira (15).

Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF

Há mais de 25 anos, o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) da Asa Norte trabalha para garantir a saúde mental de jovens e adolescentes. Na última quinta-feira (15), a equipe de saúde do centro aplicou um jogo com perguntas e respostas sobre os perigos do uso de drogas para cerca de 200 alunos do sexto ao nono ano do Centro de Ensino Fudamental 1 (CEF1) da Vila Planalto. O Projeto “Capsi Vai às Escolas” já visitou três unidades neste ano e é formado por agente administrativo, assistente social, enfermeira, técnico de enfermagem, terapeuta ocupacional, psicóloga, fonoaudióloga, pediatra e psiquiatra.

A psicóloga e instrutora do Programa de Residência Infantojuvenil (ESCS), Tathiana Accioly, trabalha há 18 anos com saúde mental infantojuvenil e destaca que, após a pandemia, os estudantes enfrentaram dificuldades de relacionamento e de comunicação ao retornarem efetivamente ao convívio escolar. "Assim surgiu a ideia de fazer intervenções nesses ambientes. Começamos em São Sebastião com os professores, orientando estratégias de ação e dicas. Depois voltamos à escola para falar com os estudantes, usando esse formato de quiz, e foi um sucesso", conta a especialista, que comemora o primeiro ano do projeto ter completado, beneficiando mais de mil estudantes.

Liderando a dinâmica, a psicóloga Tathiana Acciolly levou perguntas e respostas para os estudantes. A equipe multiprofissional respondia todas as dúvidas e levava novidades para a discussão. Foto: Divulgação- Agência Saúde-DF. 

A inclusão de ações de prevenção e promoção da saúde mental nas escolas pode, segundo a enfermeira e mestre em Ciências da Saúde Gabriela Lopes, auxiliar na detecção precoce e no encaminhamento correto para o cuidado dos jovens, além de criar um ambiente propício para que os alunos aprendam a identificar e gerir suas emoções.

A iniciativa de informar jovens sobre os malefícios do uso de drogas e a importância da prevenção é uma das atividades do Programa Saúde na Escola, executado por meio de uma parceria entre as secretarias de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e de Educação. Na avaliação da gerente de Atenção Psicossocial da unidade Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil, Mairla Castro, o adolescente é protagonista de um processo que envolve vários atores: familiares, amigos, professores, profissionais de saúde, de segurança pública e referências comunitárias.

"As intervenções realizadas em nossa unidade e demais articulações intra e intersetoriais propiciam a participação e o protagonismo juvenil junto ao fortalecimento de toda a rede. Com a oportunidade de estarmos próximos dessa rede, organizamos fluxos, ampliamos o diálogo e as reflexões que envolvem crianças e jovens, repercutindo, por sua vez, no cuidado e na proteção e garantia desse público”, explica Mairla.

Estudantes participam de dinâmica com equipe multiprofissional do CAPSi Asa Norte. Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF. 

O Capsi Asa Norte, atualmente, é referência para programas como o de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); de Saúde Mental Infantojuvenil; de Saúde da Criança; e de Residência Médica em Psiquiatria da Infância e Adolescência.

Vice-diretora no CEF1, Deisiane Pinheiro acredita que medidas como essa servem de exemplo e colaboram para mudar a realidade de muitos jovens, além de proporcionar mais qualidade de vida aos alunos e assegurar seus direitos às políticas públicas assertivas. “O impacto da visita do CAPSi é muito benéfico. Os alunos sempre respondem a esses estímulos de forma positiva”, conta.

"Eu não sabia que as drogas não eram classificadas entre pesadas e mais leves. Aprendi bastante. Muita gente não sabe dessas coisas. Eu sempre penso no dinheiro que as pessoas gastam com drogas, é um desperdício", avalia o aluno do nono ano no CEF1 Liam Nycolas, 14.

Ana Rodrigues, 14, também é estudante do nono ano e gostou da brincadeira de falar se algo era verdade ou mentira. "É legal quando a gente pode participar, quando é algo que todo mundo pode falar e aprender junto", conta.