Centros especializados do DF reabilitam pessoas com deficiência
Centros especializados do DF reabilitam pessoas com deficiência
Fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional estão entre os serviços ofertados nos locais de referência. Juntos, eles reabilitam mais de mil pacientes atualmente
Camila Holanda, Agência Saúde-DF | Edição: Amanda Martimon
Doralice Souza está entre os 500 pacientes atendidos por mês no Centro Especializado em Reabilitação (CER) II de Taguatinga. Após amputar a perna esquerda por causa do diabetes, ela voltou a andar com o apoio de profissionais que a auxiliaram na adaptação à prótese. Foi o olhar atencioso da fisioterapeuta Maria Aparecida Costa que fez a diferença na vida da idosa de 65 anos: após anos de dificuldade, Doralice deu os primeiros passos com o dispositivo.
“Eu não estava muito bem quando cheguei, já havia caído várias vezes e tinha medo. Foi o trabalho da equipe que me colocou para cima. Sempre fui tratada com muito carinho e atenção”, elogia a paciente. Antes de ficar de pé, Doralice exercitou com a equipe a transferência de peso, o equilíbrio e a força para recuperar a confiança para andar. “Ela veio para desenvolver o caminhar, mas percebi que precisávamos trabalhar outras questões primeiro”, explica a fisioterapeuta.
De acordo com Maria Aparecida, é comum que pessoas que usam prótese tenham medo após caírem nas primeiras tentativas. “Se não encontrarem um profissional em quem confiem, muitos nem tentam de novo. Por isso, dou todo o suporte durante os exercícios para que eles sejam mais independentes.”

Além do CER II de Taguatinga, o Distrito Federal conta com mais dois centros especializados: o CER II do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) e o CER II Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (Ceal-LP). Esses locais fazem parte da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e, juntos, reabilitam, atualmente, mais de mil pacientes.
Serviços
Fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e enfermagem são alguns dos serviços ofertados nos CERs. Há ainda o acompanhamento pelas especialidades médicas, como neurologia, fisiatria, ortopedia, otorrinolaringologia e clínica geral.
Para acessar o serviço, é preciso ser encaminhado pela atenção primária (Unidades Básicas de Saúde - UBSs) ou hospitalar. Ao chegar ao centro de reabilitação, o paciente é acolhido pela equipe. “Nesse primeiro contato, os profissionais avaliam o histórico, os exames e os diagnósticos prévios e definem como será o atendimento, de acordo com as necessidades de cada um”, esclarece a gerente de Serviços de Saúde Funcional e coordenadora da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, Camila Medeiros.
Reabilitação
Nos CERs, a população encontra uma equipe multidisciplinar para ajudar com a reabilitação ou a habilitação de diferentes casos. Na unidade de Taguatinga são atendidas pessoas com deficiência física e intelectual e com transtorno do espectro autista (TEA). São, entre outros, pacientes com amputação de membros e sequelas neurológicas, e crianças com paralisia cerebral, doenças neurológicas e síndromes congênitas.
No caso de pessoas com prótese, o acompanhamento ambulatorial é fundamental para que haja uma boa adaptação ao uso do dispositivo. “Com esse trabalho, a prótese é, de fato, útil. O usuário tem sucesso no processo de reabilitação e não há desperdício de recursos pela Secretaria, porque o dispositivo é utilizado como deve ser”, ressalta a chefe do Núcleo de Produção de Órteses e Próteses (Nupop), Mariane Ramos.

Próteses
Doralice recebeu a prótese transtibial da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). Na rede, são dispensados 11 tipos de próteses, incluindo as mais modernas, feitas de titânio. Desde 2018, 1.420 pacientes da capital foram contemplados.
As fornecidas pela SES-DF, por meio da Oficina Ortopédica de Brasília, são feitas sob medida para cada caso. Por isso, são adquiridas conforme a demanda. “Definida a empresa vencedora da licitação, convocamos os pacientes para tirar os moldes e as medidas. Até a entrega, ainda existem dois momentos para ajustes e refinamentos do material”, explica Mariane.
O primeiro passo para obter uma prótese é ser avaliado por profissional no Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses e Próteses e Materiais Especiais (Naompe), localizado na estação de metrô da 114 Sul. A avaliação deve ser agendada pelo site https://agenda.df.gov.br, pelo telefone (61) 2017-1145 (ramal 1164) ou por mensagem no número (61) 99166-6218 (WhatsApp).
Realizada a avaliação, o paciente entra na fila e recebe orientações de cuidados que deve manter até a entrega da prótese, como o enfaixamento do coto e o uso da atadura elástica. Após a entrega do produto, a empresa contratada garante o prazo de um ano para ajustes e manutenção na prótese, que ocorrem na própria Oficina Ortopédica.