26/05/2014 às 21h49

Método Canguru humaniza atendimento a recém-nascido de baixo peso

Júlio Duarte, da Agência Saúde DF

Mãe e bebê mantêm contato contínuo

Cerca de sessenta profissionais da rede pública de saúde do Distrito Federal participam nos dias 27 a 29 de maio do 9º Curso de Sensibilização do Método Canguru, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30h, no auditório do Salão Vermelho do Hotel Nacional.

O curso é destinado aos profissionais de saúde que prestam assistência ao recém-nascido, além de sensibilizar as boas práticas contribuindo para uma mudança de postura visando à humanização.

O Método

O Método Canguru tem um conjunto de medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para melhoria da qualidade da atenção a saúde prestada à gestante, ao recém-nascido e sua família, definindo como modelo de assistência perinatal.

Segundo a psicóloga da Unidade Neonatologia do Hospital Regional de Ceilândia, tutora do Método Canguru, Denise do Nascimento Percílio, a técnica prioriza o contato do pai, mãe e bebê. “A mãe e sua família tem que ser acolhida nos momentos de angustias, onde ela se depara com o bebê prematuro em que a evolução clínica é lenta e com vários riscos de saúde”.

A técnica canguru consiste em colocar o bebê só de fralda entre os seios da mãe que deve estar de sutiã ou só de avental. O bebê é fixado à mãe por meio de um tecido elaborado especialmente para o desenvolvimento do Método. O contato pele a pele entre a mãe e o bebê estimulado pela técnica traz diversos benefícios como: melhora o vínculo afetivo entre os dois, regula a temperatura corporal da criança e ajuda o prematuro ganhar peso.

As etapas desenvolvidas no Método Canguru começam no início do pré-natal de alto risco seguido da internação do recém-nascido na Unidade Neonatal. Nas fases seguintes, o bebê permanece de maneira continua com sua mãe. A posição canguru será realizada pelo maior tempo possível e o acompanhamento da criança e da família no ambulatório e/ou no domicílio será até o bebê atingir o peso de 2,5 kg, dando continuidade à abordagem biopsicossocial.

No HRC as mães nutrizes contam com um espaço para acolhimento, onde são divididas em dois grupos: um, onde  passam o dia inteiro, retiram o leite materno nos horários da dieta e pernoitam em sua casa. O outro grupo compreende a mãe nutriz que passa 24 horas no hospital.

O acolhimento às mães nutrizes, segundo Denise Percílio, traz benefícios importantes para o bebê prematuro e reúne ações que favorecem a ligação afetiva com sua mãe, Minimizam os efeitos prejudiciais da angustia materna como os sintomas “blues” pós- parto, chamado de tristeza materna, que pode evoluir e tem características psicopatológicas na depressão pós-parto (psicose puerperal). Além de diminuir os riscos do desmame precoce e o tempo de internação do bebê.

Na rede pública de saúde do Distrito Federal os profissionais têm recebido cursos de sensibilização do Método Canguru, principalmente onde são oferecidos serviços de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn).

A Portaria Nº 930, de 10 de maio de 2012, define as diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanização ao recém-nascido grave ou potencialmente grave, os critérios de classificação e habilitação de leitos de Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Há mais de 10 anos o Método Canguru vem sendo disponibilizados nas maternidades do Brasil.

No Distrito Federal, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) é o centro de referência, seguido dos tutores: Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e Materno Infantil de Brasília (Hmib) e a Coordenação de Neonatologia da SES/DF.