13/08/2025 às 09h29

Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose alerta para prevenção no DF

Secretaria de Saúde reforça cuidados com o ambiente para evitar proliferação do mosquito-palha, transmissor da doença

Karinne Viana, da Agência Saúde DF | Edição: Natália Moura

Manter quintais e terrenos limpos é fundamental para evitar a presença do mosquito-palha, inseto transmissor da leishmaniose. A semana nacional de controle e combate à doença, de 10 a 16 de agosto, instituída pela Lei nº 12.604/2012, reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado com cães - principais hospedeiros urbanos da forma visceral.

“Esta semana de controle e combate ocorre em todo o Brasil e é um momento estratégico para ampliar as informações e engajar a população. Quando todos participam, evitando acúmulo de folhas, lixo ou fezes de animais, conseguimos reduzir casos e salvar vidas”, destaca a médica veterinária da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses (Gvaz) da Secretaria de Saúde (SES-DF) Aline Zorzan.
 

Mosquito-palha é o principal transmissor da Leishmaniose. Foto: Sandro Araújo/ Agência Saúde-DF


Manifestações da Leishmaniose

A doença se manifesta de duas formas: Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), que afeta a pele e, em alguns casos, as mucosas, causando feridas que não cicatrizam. É mais frequente em humanos, especialmente em indivíduos que vivem em áreas de mata e zonas rurais. Pode, contudo, atingir também animais silvestres, domésticos e, mais raramente, cães e gatos.

Já a Leishmaniose Visceral (LV) é o tipo mais grave da doença. Nos humanos, provoca febre prolongada, perda de peso, aumento do fígado e do baço, fraqueza e anemia. Nos cães, pode evoluir de maneira silenciosa ou apresentar sinais como emagrecimento, crescimento exagerado das unhas, queda de pelos, feridas na pele e apatia.

De janeiro a 9 de julho deste ano, foram registradas 27 notificações de LTA em humanos, sendo todas confirmadas; e 21 de LV, com seis confirmações. Entre os cães, 778 foram examinados e 158 tiveram resultado positivo, segundo dados da Gvaz. 

Período de maior risco

Transmitida pela picada de vetores fêmeas infectados, conhecidos como flebotomíneos ou “mosquito-palha”, a leishmaniose não passa de forma direta de um animal para uma pessoa ou vice-versa, nem por objetos ou alimentos. 

O período mais propício para a ocorrência de casos é durante os meses quentes e úmidos, como primavera e verão, quando o inseto se reproduz mais facilmente. “É nessa época que devemos redobrar a atenção e manter os cuidados com o ambiente, pois o mosquito encontra mais condições para se multiplicar”, alerta Zorzan.
 

Transmitida pela picada de vetores fêmeas infectados, a leishmaniose não passa diretamente de animais para pessoas ou vice-versa. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF


Prevenção e diagnóstico

O diagnóstico em cães é oferecido gratuitamente pela Zoonoses e deve ser procurado sempre que houver suspeita. Em humanos, a investigação é iniciada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com encaminhamento para assistência especializada, se for o caso.

Entre as medidas de prevenção estão o uso de repelentes, instalação de telas de proteção em portas e janelas, coleiras repelentes em cães, evitar exposição ao entardecer e à noite e manter o ambiente limpo, sem matéria orgânica acumulada. “Cuidar do espaço onde vivemos é tão importante quanto proteger animais e pessoas. A prevenção é uma responsabilidade coletiva”, reforça a médica.
 

O diagnóstico em cães é oferecido gratuitamente pela Zoonoses. Em humanos, a investigação começa nas UBSs. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF