Vigilância Epidemiológica notifica 391 pessoas picadas por escorpiões no DF
Vigilância Epidemiológica notifica 391 pessoas picadas por escorpiões no DF

Asas Norte e Sul, Taguatinga e Guará concentram 44% das incidências
BRASÍLIA (21/11/14) – A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal notificou 391 atendimentos de pessoas picadas por escorpiões de janeiro a outubro de 2014.
As Regiões Administrativas (RA's) do DF com maior incidência de escorpiões, estão a Asa Norte com 13,8%; Taguatinga, com 13,1%; Guará, com 9% e Asa Sul, com 8%. Essas regiões juntas totalizam 44% das 1271 inspeções realizadas de janeiro a outubro de 2014. Os dados são da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival).
Segundo Israel Martins, do Grupo Técnico da Vigilância Ambiental, vários fatores provocam o desalojamento do escorpião: o uso de inseticida; reformas estruturais e construções; limpeza de fossas, caixa de gordura, esgoto e bueiros; e as chuvas que provocam o alagamento dos esconderijos desses aracnídeos.
A Dival possui Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental (Nurva) com equipes de técnicos responsáveis pela realização das inspeções em todo DF, decorrentes de solicitações realizadas por telefones, e-mails, documentos oficiais e pela população.
"As inspeções visam identificar as condições favoráveis para o acesso e abrigo dos animais peçonhentos de importância médica, recomendação de medidas corretivas e capturar espécimes encontrados" relata o técnico.
De acordo com Israel Martins, é importante ressaltar que para este fim não é realizada a aplicação de inseticidas, pois os inseticidas pulverizados aumentam os riscos de acidentes por proporcionarem o desalojamento do escorpião. "É importante lembrar que esta atividade deve ser executada somente por profissionais habilitados", ressalta.
O que atrai os aracnídeos são os quatro fatores (4 A's): água, alimento, acesso e abrigo. "Sem esses 4 A's a casa é pouco atrativa a esses animais indesejáveis", relata Israel.
O que fazer em caso de picada por escorpião
A enfermeira da Divep, Rosa Maria Mossri, explica que é preciso procurar atendimento de emergência para avaliação clínica e realização de exames dos sintomas e medicação. "A pessoa picada por escorpião sente muita dor, ardência e inchaço no local picado. As crianças e pessoas idosas devem ter uma atenção especial, pois uma pessoa adulta e jovem com boa imunidade responde melhor à medicação".
Os médicos têm a obrigação de notificar o ocorrido, pois nas emergências existe uma ficha de notificação que deverá ser encaminhada para Dival. Em caso de solicitação de surgimento de escorpião em sua residência é só ligar para o número 160.
Medidas preventivas para evitar o surgimento de escorpião
Na área externa do domicílio:
• Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados e entregá-los para o serviço de coleta;
• Eliminar baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados, fonte de alimento;
• Evitar entulhos de obras de construção civil e terraplanagens, superfícies sem revestimento, umidade, etc;
• Preservar os inimigos naturais, aves, pequenos macacos, quatis, lagartos, sapos e gansos (as galinhas não são agentes controladores eficazes dos escorpiões, pois possuem hábitos diurnos enquanto os escorpiões, noturnos);
• Evitar queimadas em terrenos baldios, para evitar o desalojamento;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;
• Rebocar todas as paredes e muros, eliminando vãos ou frestas.
Na área interna do domicílio:
• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
• Manter berços e camas afastados, no mínimo 10 cm, das paredes e evitar que mosquiteiros e roupa de cama permaneçam em contato com o chão;
• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados;
• Em local muito arborizado, fechar portas e janelas da residência ao entardecer;
• Manter fechado armários e gavetas;
• Examinar roupas e calçados antes de usá-los, principalmente quando tenham ficado expostos ou espalhados pelo chão.
Tipos de escorpiões no DF
No Distrito Federal, três espécies ocorrem com maior frequência, a conhecida como escorpião amarelo (responsável pela maioria dos acidentes), de nome científico Tityus serrulatus; o escorpião com patas rajadas, de nome científico Tityus fasciolatus; e o escorpião preto, com nome científico Bothriurus araguayae.
Os escorpiões se destacam entre os aracnídeos por terem um tempo de vida além de uma estação, variando dos 2 aos 6 anos. O escorpião com maior longevidade registrada alcançou os 8 anos.
A ocorrência de escorpiões amarelos em todo o DF pode ser explicada pela ocupação irregular do solo e crescimento urbano aliado ao grande fluxo de materiais de construção. A habilidade de procriação, chamada reprodução partenogenética, que pode ocorrer durante todo o ano, sem parceiro sexual; e também seu comportamento de permanecer em abrigos urbanos como caixas de esgoto, de luz e de telefone, também explicam sua ampla distribuição no território.
A pessoa que encontrar um desses aracnídeos em casa deve ligar para o 160.