31/08/2015 às 19h55

Câmara deve destinar até R$300 milhões para a Saúde

Compromisso foi firmado pela presidente da Casa e parte do valor será utilizado para pagamento de horas extras atrasadas

BRASILIA (31/08/2015) – Um montante que pode chegar a R$300 milhões deve ser destinado, nos próximos dias, pela Câmara Legislativa (CLDF) para recompor o caixa da Secretaria de Saúde. A negociação, batizada de Pacto pela Saúde, ocorreu nesta segunda-feira (31) e teve como uma das principais pautas o pagamento das horas extras atrasadas dos servidores do órgão, as quais chegam a custar cerca de R$15 milhões mensais aos cofres públicos.

De acordo com a presidente da Casa, Celina Leão, a previsão é de que sejam aproximadamente R$ 198 milhões oriundos de verbas não utilizadas em mandatos de ex-deputados distritais e mais cerca de R$100 milhões que serão capitaneados junto a outros parlamentares pela presidente da Casa.

"Esse já é um acordo firmado com a maioria dos parlamentares. Primeiro, estamos tentando discutir de hoje para amanhã com os deputados para se chegar a um valor em torno de R$100 milhões. Outros R$198 milhões devem ser disponibilizados já na semana que vem, mas precisamos aguardar completar 10 dias úteis para a votação", garantiu a presidente, ao afirmar que o prazo termina na quarta-feira (10) da próxima semana.

O Secretário de Saúde, Fábio Gondim, destacou que a destinação do valor é uma demonstração de maturidade do poder legislativo e que é determinante a união entre os setores para viabilizar a saúde pública para população. Para ele, embora o valor seja de grande ajuda, não será suficiente para completar o ano.

"Estão todos fazendo um pacto pela saúde. Temos despesas importantíssimas que devemos honrar até o fim do ano. Cerca de R$700 a R$800 milhões que faltam no orçamento da Saúde e esse aporte de R$300 milhões é importantíssimo, mas o Executivo precisará continuar a encontrar outras soluções", disse.

Celina Leão também considerou a saúde como prioridade e reforçou que a Casa está à altura de responder a necessidade da população. "A Saúde não é como áreas como a infraestrutura, que pode esperar para retomar uma obra. Por isso, a Saúde tem o nosso apoio", garantiu a presidente.

Presidente do SidSaúde, Marli Rodrigues, que representou os servidores em busca do pagamento de horas extras, destacou que acredita na resolução pacifica dos problema, sem greve. "Temos que encontrar uma solução sem prejudicar a população. Entendemos que há uma crise no DF e não podemos ficar de braços cruzados", observou.

Para o presidente do Conselho de Saúde do Distrito Federal, Helvécio Ferreira, é preciso entender a conjuntura do problema, que é nacional, não local. "Temos que compreender que o momento hoje é de uma reflexão profunda sobre o financiamento do SUS, que precisa de um planejamento exequível, pautado na necessidade da população", finalizou

Para debater os valores, que devem alcançar a cifra de R$100 milhões, haverá uma reunião no Colégio de Líderes, que está marcada para esta terça-feira (1º), às14h30, na Câmara Legislativa.