10/08/2022 às 14h28

Gestores de transplante de órgãos passam por formação no DF

Curso de pós-graduação coordenado pela Fepecs atrai profissionais da área de todo o país

Agência Brasília

O Distrito Federal está se tornando um polo nacional de gestores de transplantes de órgãos e tecidos. Em uma iniciativa pioneira no país, a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), da Secretaria de Saúde (SES), ministra um curso de pós-graduação lato sensu em transplantes, cuja primeira turma – com 37 alunos – se forma em três meses.

Em parceria com a Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), a Fepecs traz conhecimentos da área para profissionais da saúde de todo o Brasil, em aulas online e visitas técnicas em instituições médicas da capital. São treinados aprendizes como a enfermeira Danielly Beatrice, servidora da Saúde do Mato Grosso, onde ainda não são feitos transplantes. Ela passou uma semana em Brasília para as visitas presenciais. 

“O curso superou minhas expectativas”, afirma Danielly. “Quando se fala em algo tão complexo como o transplante, é necessário ter pessoas muito bem-qualificadas à frente desse processo. E esse know how recebido aqui em Brasília foi muito positivo.”


Integrante da primeira turma do curso, Danielly Beatrice (abaixo, à direita), servidora da Saúde do Mato Grosso, afirma: “Esse know how recebido aqui em Brasília foi muito positivo”. Foto: FEPECS

O biomédico Anderson de Brito, gerente da Central de Transplantes do Pará – estado da região Norte que, segundo ele, é o mais avançado em transplantes de córnea, rins e medula óssea – também procurava por um aprendizado diferenciado.

“As especializações oferecidas no país são voltadas para o lado assistencial, sobre como executar o transplante”, conta. “Esse curso tem como focos a gestão, como gerenciar a doação, a captação e o transplante de maneira eficaz.”

O curso

A especialização tem a duração de um ano e, segundo o coordenador do curso, Anderson Galante, servidor da Central de Transplantes do DF, há a expectativa de mais uma turma em 2023. O processo seletivo é feito por meio de edital, lançado pela Fepecs.

“Nossa ideia foi justamente lançar a proposta de um curso de pós-graduação que forme e instrumentalize gestores estaduais e de outras instituições públicas para a utilização de ferramentas profissionais de gestão, algo que não existia em Brasília e no Brasil”, observa Galante.

“Aqui não se vai ensinar a técnica de captação de um órgão ou tecido, sobre como embalá-los, como providenciar a logística”, lembra. “O foco da pós-graduação é instruir como se pode gerir estrategicamente o transplante e como aumentar os números nos estados.”

Números no Distrito Federal

De janeiro a junho deste ano, segundo dados do Portal InfoSaúde-DF, foram realizados 393 transplantes no DF. O de córnea é o que aparece em maior número, com 174 procedimentos. Além da rede privada, unidades da rede pública de saúde, como o Hospital de Base e o Hospital Universitário de Brasília (HUB), também efetuam transplantes. Conveniado da SES, o Hospital da Criança José Alencar, inclusive, faz procedimentos de medula óssea.